terça-feira, 24 de junho de 2008

Heliocentrismo


Naquele dia brilhavas como o Sol; ofuscavas-me. Ainda assim, não deixei de olhar para ti.

O teu cabelo ruivo ondulava de forma sensual quando o empurravas para trás com a mão, tirando-o de cima dos teus ombros finos. O teu sorriso branco, vivo e sincero, que contrastava com a tua tez morena, apagava todos os que te rodeavam. E a tua voz!... doce e melodiosa. O verde dos teus olhos, que condizia de forma exótica com o cabelo e com as sardas da côr dos teus lábios finos, era transparente e límpido como a água.

Curiosamente, enquanto Sol que eras, enquanto atraías todas as atenções, sugavas a luz de todos os restantes. Por momentos pensei que reparava apenas em ti por teres conseguido apagar a pequena chama de todos os outros. Mas não fazia sentido; continuavas a ser a mais bela.

E ali estava eu, só, enquanto a minha mente passeava pelo infinito. Ainda assim, tu eras o infinito dele...