quinta-feira, 29 de março de 2007

Demetrio de Falera

Os verdadeiros amigos são aqueles que vêm compartilhar a nossa felicidade quando os chamamos e a nossa desgraça sem serem chamados.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Kid A/L.S.D[eed penguin]



Por água abaixo desces o teu rio de lágrimas cozinhadas em banho-maria. E é por isso mesmo que evaporam sem que te dês conta; só porque não queres chorar em público sem perceber porquê. Segues caminho e pensas e re-pensas voltando a pensar no que não te saiu da cabeça nos últimos dias. Sabes que está demasiado cheia/vazia e recusas-te a comentar o que quer que seja para que não te tomem por estupor agressivo quando na verdade queres sorrir e dizer que concordas, mas nada sai da tua boca como devia. Ou então é da boca da tua mãe que não sai porque até queres falar com ela mas ela não abre a boca (ou o coração ou a cabeça) àquilo que tens na barriga e que não consegues dizer.
Da cabeça para a barriga. Uau. Isto sim, é uma grande transformação - pensas. Mas será que é mesmo isso que se passa ou as pessoas que te rodeiam estão mais certas que tu? Falhaste ou as pessoas mudaram a sua maneira de estar/sentir/pensar/ver e de Te ver?

A faixa 8 nunca mais acaba e queres que acabe mas sabes que faz sentido que toque enquanto escreves merda(s). (estou sozinho e de porta fechada) E quando estás sozinho e sabes que não querem acompanhar-te? Que necessidade de consolo é essa? É a ausência de espaço ou a escassez do mesmo que te leva ao abismo?

***

Gonçalo Gaspar says:
Jaime!
Jaime says:
Oh Gonçalo
Como estás?

Seguir-se-ia uma conversa sobre pouca comida e pouco dinheiro, muita droga e telas pintadas.

***

Retomando a questão... vá-se lá compreender o que se passa. Se eu soubesse já tinha resolvido, dizes em voz alta. E ficas na mesma. Esperas que te vão buscar à porta de casa uma vez mais e sais para um ensaio da banda do costume na expectativa de que seja cada vez melhor. E até é, mas sais a porta antes que comecem a tocar porque não te sentes bem em lado nenhum. A cabeça já não é o que era; tornou-se numa grande mancha às corzinhas pretas e brancas - acabou-se o discernir. E agora, que fazes? Ages? Reages? ...Sabes que não tens reacção, cala-te. [Faixa 14]

Grito

Há dias em que nem um hamburger frito com arroz de ervilhas te traz felicidade.

terça-feira, 20 de março de 2007

segunda-feira, 19 de março de 2007

Bongo/Chão/Bruno

Quando estás prestes a sufocar e te ajudam a respirar, percebes que um simples agradecimento não basta.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Vento

A tua comprida saia vermelho-escarlate ondula leve e silenciosamente e parece chamar-me.

***

As folhas caídas das árvores rodopiam no chão antes de se elevarem um pouco para uma queda indolor, visto estarem já mortas e sem qualquer possibilidade de renascer; o seu castanho-acobreado, outrora verde-vivo, permanece intacto, tal como a sua estrutura estelar. Cai-te uma aos pés. Curvas-te para apanhá-la (e reparo na tua triste face, onde uma lágrima teimosa contorna o teu gracioso nariz).
Agitas a folha na tua mão e pensas que ela podia voar (estou certo disso); mas não voa. Novamente, uma brisa agita a tua saia. Desta vez, foco o ondular do teu cabelo, acompanhado pela folha castanha-acobreada. Agitam-se cada vez mais, de uma forma algo irregular. Largas a folha, que inicia a sua violenta queda, do cume ao sopé da falésia. Perco-a de vista, tal como tu.
Nisto, voltas-te para trás enquanto ajeitas o cabelo e, ainda que apenas por instantes, fixas o teu olhar no meu. Nunca imaginei poder ver o negro dos teus olhos ternos...
Uma nova rajada leva consigo o momento que guardarei para todo o sempre na minha memória (pois dizem não ter coração). Olhas para baixo, agora; fixas a biqueira dos sapatos, ansiosa, esperando por um qualquer acontecimento que te roube ao transe em que entraste voluntariamente.
Levanto-me. Caminho controlada e calmamente na tua direcção, enfrentando a mesma brisa fria que nos uniu por instantes (antes de nos separar), para te tocar no ombro fino e delicado. Aproximo a minha mão compassadamente mas, como que antecipando a minha chegada, a tua mão sobe o teu peito e toca o ombro e a ponta dos meus dedos trémulos.
Agora sinto o vento que me gela o peito; é a isto que chamam Amor.