sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Voltaire

Aquilo a que chamamos acaso, não é, não pode deixar de ser, senão a causa ignorada de um efeito conhecido.

Correlação e causalidade

Há tempos atrás, eu e o Bruno almoçávamos alegremente num dos restaurantes daquela controversa cadeia de junk food, quando me atrevi a mostrar o meu desagrado por algumas das cadeiras inúteis do meu curso, como Estatística ou Métodos de Investigação (que fariam sentido num curso de psicologia social, mas não num curso de psicologia clínica).
Nisto, refiro-me à noção de correlação e causalidade, nos seguintes termos:

"Uma relação entre duas variáveis não implica que exista uma relação causal entre elas. A variável independente A, quando manipulada para influenciar a variável dependente B, pode influenciá-la ou não. Se não surtir efeito sobre ela, não existirá uma relação de causalidade, o que demonstra que nem tudo na vida se rege por uma relação de causa-efeito."

Para o Bruno, o Mundo move-se segundo uma lógica de causalidade. "A provoca B que provoca C que provoca D (...)".

O debate prosseguiu, bastante aceso, sem que tivéssemos conseguido chegar a uma conclusão. Cada qual manteve a sua opinião, o que gerou um impasse. Ao recordar, mais tarde, a situação, concluí que talvez necessitássemos de definir antecipadamente quais os termos a utilizar e o seu significado, i.e. se eu disser que a causa A pode não ser a causa de B, significará que ainda que não influenciando B, A continua a ser uma causa - e isto pode gerar algumas confusões de vocabulário.

Já explicitei ambas as posições e, como seria de esperar, continuo a defender a minha. Uma vez devidamente introduzido, deixo-vos o tema para debate; agora, quero saber o que têm a dizer.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Radiohead


O aguardado e, sem dúvida, grandioso regresso de Radiohead toma lugar na minha one hit playlist. Mas já vos falo sobre ela.

In Rainbows surge após a tentativa a solo de Thom Yorke (provavelmente, o homem mais feio e mais bonito de que já tomei conhecimento). O equilíbrio entre a vertente acústica e a vertente electrónica fazem deste álbum algo que pode ser (e, certamente, será) ouvido por todos. 15 Step abre o álbum com energia q.b. e antecipa as restantes faixas.
[Não, Radiohead não é feliz. Não, Radiohead não deve ser ouvido de ânimo leve. Não, Radiohead não serve para ouvir enquanto se é acordado pelo fiscal da TST. Não, não mostrem às vossas irmãs mais novas!]
A febre que faz dançar continua em Bodysnatchers, até Nude deixar entrever alguma esquizofrenia implícita. Segue-se um álbum instrumentalmente calmo que permite acumular energias para o grande desfecho: Jigsaw Falling Into Place e Videotape.
Não é um álbum melhor que OK Computer, mas pode tomar o lugar a Kid A.

...Acho que está na altura de largar a 15 Step e ouvir o álbum do Tiago Bettencourt. Diz-se por aí que é bom.

Sugestões?

sábado, 26 de maio de 2007

Riding Pânico/If Lucy Fell


Duas bandas portuguesas com um elemento comum: Makoto Yagyu, baixista dos Riding Pânico e vocalista dos If Lucy Fell. Enquanto os Riding Pânico primam pela paisagem musical, os If Lucy Fell dedicam-se ao nervosismo provocado por um ataque de epilepsia em palco.

Foto: Makoto (If Lucy Fell)



Riding Pânico

If Lucy Fell

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sábado, 12 de maio de 2007

São horas de ir dormir

- Pareces um pai, assim.
- Quem me dera que o papá fizesse estas coisas.
- Deixa lá; se continuares assim vais ser um bom pai.

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Des = Dade


(Outros com tão pouco.)

Abres o frigorífico e, de lá, retiras com cuidado a embalagem de manteiga que conservaste durante duas semanas. Retiras-lhe a tampa, inclina-na para dentro da embalagem e esperas que derreta um pouco; nada se pode desperdiçar e, ainda que não queiras lamber a bancada, sabes que o farás em último caso. Com uma das quatro colheres que ainda estão semi-lavadas retiras alguns gramas de manteiga. Degusta-los, ingrediente a ingrediente.
Dás sete passos até à sala-de-estar e tentas chegar ao sofá; perdes os sentidos ao som do teu próprio estômago.

***

(Uns com tanto.)

Acordas e sentes o cheiro doce das panquecas, que passa por debaixo da porta do teu quarto. Decides-te entre o mel e o doce de morango e o doce de frutos silvestres e o doce de limão, enquanto te levantas. Calças os chinelos felpudos, porque hoje está mais frio que ontem; vestes o robe de seda e deixas o roupão para o pós-banho. Abres a janela do quarto para arejar o cheiro a sexo [que não tiveste acompanhada] e desces a escadaria encaracolada até à cozinha.
Mandas a empregada retirar-se enquanto engoles a tua primeira refeição do dia.
Um ruído estranhamente seco na divisão do lado incomoda-te.
- Doce de figo? Hmmm...

terça-feira, 10 de abril de 2007

Daiquiri

Acabei de enfiar o cabelo num, depois de deixar cair o cigarro.


(Meaning: I'm drunk.)

domingo, 8 de abril de 2007

Cacalharás

Não sei.

Sei que queres saber o que se passa mas nem eu to consigo explicar. As pessoas entram e saem das nossas vidas deixando nas nossas mentes o pecaminosamente agradável pensamento sexual. O ciclo reinicia-se ano após ano com a chegada da Primavera; espera-se, no entanto, que as pessoas tenham mudado a sua postura.
Eu? Sei que estou mais forte, mais determinado, mais verdadeiro. Sobre ela nada sei. Não sei que é feito da sua ingenuidade apaixonante, pois já lá vai o tempo em que se lembrava de mim antes de dormir - até hoje. "Até sábado", diz ela, num tom que me pareceu ser mais ou menos maroto.
"Gostas mesmo de sofrer", diz o David, sempre sábio e cauteloso, sempre amigo mesmo nos momentos mais inúteis. "Cacalharás!", diz o seu irmão do meio enquanto se ri e me mostra SMS's da Catarina.

***

Sento-me e penso em puxar de um outro cigarro para contentar o corpo. Não o chego a acender, prefiro escrever um pouco para aliviar a mente. O coração continua assim, pesado e descompassado; mas não sente dor alguma.

***

Sabes que ainda te quero.

Jaime

quinta-feira, 5 de abril de 2007

Há dias assim...

Nos dias em que a tristeza nos consome [porque falta alguém que me diga para não o fazer], só algo que aparente ser ainda mais desanimador parece ser uma boa almofada.

domingo, 1 de abril de 2007

(+) Uma noite

"Faz o que tens a fazer".

A música não tem qualidade alguma e decido sair. Olho em redor e espero não ser apanhado a mijar na rua. As empregadas do Açúcar Pilé passam, bêbedas, e, sabendo agora que me viram de instrumento na mão, espero apenas que não tenham reconhecido o meu grande e encaracolado cabelo escuro. Dirijo-me para aquele café - então fechado - e espero pacientemente pelos restantes ao som do enrolar de um cigarro. E da Gloria Gaynor.

***

Não percebes o Mundo; esforças-te e não consegues. E é por isso mesmo que nos damos assim, bem.
Olhas para mim e pedes uma resposta sincera - e sabes que a obténs: a coerência que procuras na energia do teu par não se coaduna com a necessidade de explicações que é por ti exigida aos que te rodeiam (mas continuas à procura do teu par impossível).

***

Abraças-te a mim, no carro (e como eu repudiava que me tocassem e agarrassem), e esperas não ter de voltar a olhar lá para fora, tão cedo. Deixas-te embalar pela fúria com que as curvas são domadas e pensas no que aconteceu ainda não há muito atrás; chegando a casa, levantas violentamente a cabeça do meu colo e ergues o tronco, sais batendo com a porta e deixas-me, uma vez mais, preso aos meus sentimentos de não-sei-quê.



A vós, um abraço sentido

quinta-feira, 29 de março de 2007

Demetrio de Falera

Os verdadeiros amigos são aqueles que vêm compartilhar a nossa felicidade quando os chamamos e a nossa desgraça sem serem chamados.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Kid A/L.S.D[eed penguin]



Por água abaixo desces o teu rio de lágrimas cozinhadas em banho-maria. E é por isso mesmo que evaporam sem que te dês conta; só porque não queres chorar em público sem perceber porquê. Segues caminho e pensas e re-pensas voltando a pensar no que não te saiu da cabeça nos últimos dias. Sabes que está demasiado cheia/vazia e recusas-te a comentar o que quer que seja para que não te tomem por estupor agressivo quando na verdade queres sorrir e dizer que concordas, mas nada sai da tua boca como devia. Ou então é da boca da tua mãe que não sai porque até queres falar com ela mas ela não abre a boca (ou o coração ou a cabeça) àquilo que tens na barriga e que não consegues dizer.
Da cabeça para a barriga. Uau. Isto sim, é uma grande transformação - pensas. Mas será que é mesmo isso que se passa ou as pessoas que te rodeiam estão mais certas que tu? Falhaste ou as pessoas mudaram a sua maneira de estar/sentir/pensar/ver e de Te ver?

A faixa 8 nunca mais acaba e queres que acabe mas sabes que faz sentido que toque enquanto escreves merda(s). (estou sozinho e de porta fechada) E quando estás sozinho e sabes que não querem acompanhar-te? Que necessidade de consolo é essa? É a ausência de espaço ou a escassez do mesmo que te leva ao abismo?

***

Gonçalo Gaspar says:
Jaime!
Jaime says:
Oh Gonçalo
Como estás?

Seguir-se-ia uma conversa sobre pouca comida e pouco dinheiro, muita droga e telas pintadas.

***

Retomando a questão... vá-se lá compreender o que se passa. Se eu soubesse já tinha resolvido, dizes em voz alta. E ficas na mesma. Esperas que te vão buscar à porta de casa uma vez mais e sais para um ensaio da banda do costume na expectativa de que seja cada vez melhor. E até é, mas sais a porta antes que comecem a tocar porque não te sentes bem em lado nenhum. A cabeça já não é o que era; tornou-se numa grande mancha às corzinhas pretas e brancas - acabou-se o discernir. E agora, que fazes? Ages? Reages? ...Sabes que não tens reacção, cala-te. [Faixa 14]

Grito

Há dias em que nem um hamburger frito com arroz de ervilhas te traz felicidade.

terça-feira, 20 de março de 2007

segunda-feira, 19 de março de 2007

Bongo/Chão/Bruno

Quando estás prestes a sufocar e te ajudam a respirar, percebes que um simples agradecimento não basta.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Vento

A tua comprida saia vermelho-escarlate ondula leve e silenciosamente e parece chamar-me.

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As folhas caídas das árvores rodopiam no chão antes de se elevarem um pouco para uma queda indolor, visto estarem já mortas e sem qualquer possibilidade de renascer; o seu castanho-acobreado, outrora verde-vivo, permanece intacto, tal como a sua estrutura estelar. Cai-te uma aos pés. Curvas-te para apanhá-la (e reparo na tua triste face, onde uma lágrima teimosa contorna o teu gracioso nariz).
Agitas a folha na tua mão e pensas que ela podia voar (estou certo disso); mas não voa. Novamente, uma brisa agita a tua saia. Desta vez, foco o ondular do teu cabelo, acompanhado pela folha castanha-acobreada. Agitam-se cada vez mais, de uma forma algo irregular. Largas a folha, que inicia a sua violenta queda, do cume ao sopé da falésia. Perco-a de vista, tal como tu.
Nisto, voltas-te para trás enquanto ajeitas o cabelo e, ainda que apenas por instantes, fixas o teu olhar no meu. Nunca imaginei poder ver o negro dos teus olhos ternos...
Uma nova rajada leva consigo o momento que guardarei para todo o sempre na minha memória (pois dizem não ter coração). Olhas para baixo, agora; fixas a biqueira dos sapatos, ansiosa, esperando por um qualquer acontecimento que te roube ao transe em que entraste voluntariamente.
Levanto-me. Caminho controlada e calmamente na tua direcção, enfrentando a mesma brisa fria que nos uniu por instantes (antes de nos separar), para te tocar no ombro fino e delicado. Aproximo a minha mão compassadamente mas, como que antecipando a minha chegada, a tua mão sobe o teu peito e toca o ombro e a ponta dos meus dedos trémulos.
Agora sinto o vento que me gela o peito; é a isto que chamam Amor.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Baile de máscaras

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"Acabou o Baile de Máscaras", pensas, enquanto os teus amigos se arrastam levemente para uma nova espiral de intrigas que te fere a alma que já vendeste. A verdade e a mentira confundem-se de novo mas para ti tudo é simples de analisar; assim, olhas em teu redor e, calmamente, observas todas as peças do puzzle enquanto se desmontam (é-te intuitivo).
A mancha de pensamentos entra em conflito com a pureza do fumo que, a pouco e pouco, ocupa o lugar do ar respirável. É acendido mais um cigarro, ao fundo. Dois; pedem um terceiro. Eleva-se a nuvem cinzenta que lhes tapa as caras por alguns instantes, disfarçando assim a sua expressão. "Despeito" é a palavra que estica e encolhe no salão, ondulando compassadamente como se de uma parede alucinada se tratasse. À tua esquerda está o ponto de fuga, aquele onde todos os olhares convergem e de onde toda a antipatia diverge. A antipatia cresce mas, desta vez, percebes que não se trata de uma alucinação. Todos falam do mesmo, em tom crescente.
"A máscara cai novamente" mas sabes que não perdeste. Ainda que a expressão estática dos convidados indique surpresa, sabes que não reflectiram tempo suficiente sobre a situação para que cheguem a uma conclusão criadora de princípios. "O que são princípios bêbedos, de qualquer das formas?", uma contradição irónica e perfeita sem um único toque de sensatez; dotados de uma força impulsiva destrutiva, os princípios bêbedos têm tendência a não ser aceites nem pelos próprios, nem pelos restantes, uma vez que cheiram a hipocrisia.
Tapas a cara, de novo, mas sabes que não existe nenhuma saída lógica a não ser o conforto do peito do teu melhor amigo. Ele não está presente; estás sozinha.
Olhas à volta e pensas numa nova forma de encobrir a tua personalidade mesquinha; os convidados olham-te pelo canto do olho e pensam que "O baile de máscaras ainda agora começou".

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Progresso

Da conversa erudita nasce a futilidade.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Alfred de Musset

Vive mal quem só vive para si.
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egoísmo/altruísmo

Decididamente, o valor das pessoas não se mede pela quantidade de tempo que passam connosco.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Drugs

The world keeps spinning; you barely moved though.
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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Again

And it is all about you. Because you make me dream and still you offer me terrible nightmares.


E é assim. Assim que tudo acaba ou que tudo começa. Não tenho problemas, ou em bom inglês, I haven't got any issues. Mas ainda há qualquer coisinha de mim que me leva a pensar em ti. Não. Não faz sentido, e já me foi dito que as coisas que realmente importam nunca fazem sentido. Porque talvez importe mesmo. OK. Não fazem sentido, mas fazem sentir, e dão-me um sentido. A mim e ti. Ou a ela. Ou a ela. Por isso apressa-te e reage, reage tal como eu reagi, porque se não o fizeres, fa-lo-á ela. Ou ela. E não tu. E não é ela que eu quero. Nem ela. És tu.

Sei que as paixões vão e vêm como as ondas do mar. Sim. O amor é mais como um tsunami. Devastadoramente purificante.
Por isso não é amor. Eu sinto-me impuro. Porco. Nojento. Isto para não ter de utilizar vocabulário que eu mesmo censuro. E eu sei que tu não gostas e que nunca o utilizarias. Já ela também não gosta. Ela usa-o com frequência e sou eu que não gosto então. Por isso é que preciso de ti. Para me fazeres voltar, e fazeres entender que isso não é preciso. Que só preciso de ti.

Mas sinto-me feliz e em baixo. Isto pode parecer contraditório para ti, que és uma pessoa simples, simples assim como eu gosto. Porque eu também sou, apesar de não parecer. Porque me anulo um pouco em função de tudo o resto. Demasiado bom talvez, ou mau, por me faltar caracter. Ou não. O meu caracter é este mesmo, o facto de facilmente mutavel. Não. Falta-me a palavra certa. E julgo que nunca a vou encontrar porque só me vem o teu nome à cabeça. Pior que isto, eu sei que não é amor, porque não pode ser, e não faria sentido nenhum que assim fosse. E tu não vais ler isto de qualquer das formas... Já ela, ela vai ler. Mas ela não.

De que me serve falar dela se só penso em ti? E dela, como eu nunca pensei poder referi-la tantas vezes.

E não é amor. Ou é? Diz-me tu, já que andas a brincar em segredo... A brincar também se aprende. Eu é que não quero aprender. Porque muito disso já eu vivi.

Quero arrancar um sorriso dessa tua cara bonita. Não! Não! Não faças isso... o problema é sorrires demais. Porque eu não quero apenas o sorriso. Eu também sei sorrir. Também sei voltar as costas. Também sei fingir que não vejo. E que aliás, foi uma coisa que aprendi contigo, a esconder um pouco de mim, quando nunca tive medo de o fazer. Porque sei que tu o fazes. E não sei porquê, porque quando tudo parece tão bem, há alguma coisa que me faz bater com a cabeça contra uma parede. E quando abro os olhos, a parede já não lá está, e em vez dela tenho o céu. Vermelho-sangue. Cinzento-antracite. Azul-celeste. Amarelo-canário. Verde-água. Branco-puro.

E eu inspiro e parece-me frio. Porque não estás aqui, mas parece que ainda te vejo a tremer a meu lado. Ainda mais que eu, porque estava de facto muito frio, e eu não sabia que mais fazer. Porque o que estava frio não era o ar. Era eu. Por dentro, ainda. Mas quando te vi... Transformei-me numa pedra. Uma pedra, ainda capaz de sentir, mas não capaz de tocar. E ainda assim, com o teu toque... Estavas fria. Mais fria que eu, mas a culpa foi tua. E depois minha, e eu não me quero lembrar disso porque nessa altura até podia ter sido diferente.

(escrito há cerca de dois anos)

quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

[egoísta] Simbiose

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Nem sempre é fácil engolir uma resposta mesquinha e, não, nem sempre é fácil pôr de lado todo o nosso egoísmo, mesmo quando somos confrontados com a pessoa mais generosa do mundo. E é por tudo isso que devo inúmeros pedidos de desculpa a algumas das pessoas que me apoiam e se preocupam com o meu estado, quer o demonstrem, quer não.
Compreendo ambas as posições. Nem sempre é fácil dizer que se ama alguém - espero que compreendam que o amor assume várias formas -, nem sempre é fácil demonstrá-lo; mas espero que saibam que, no dia em que for[em] capaz[es] de o fazer, serão os primeiros a sentir um abraço irrepreensivelmente terno [da minha parte].
Este [meu] feitio egoísta tornar-se-á um defeito no dia em que ultrapassar todos os limites da aceitabilidade. Acredito que se torne, a certo ponto, intoleravel para aqueles que esperam sempre um pouco mais [de mim], um pouco mais que uma simples conversa sabiamente conselheira, um pouco mais que um sorriso forçado em época de infortúnios.

- Vá... já chega.
- Fazes-me falta.
- Mas não consigo estar mais presente.
- Mas devias.
- Mas. Não.


Sempre gostei da sonoridade da palavra "simbiose". Lembro-me de a ter ouvido pela primeira vez numa aula de Ciências da Natureza, relativamente à relação mantida entre os tubarões e outro bichinho qualquer que, afinal, se parece com a relação mantida entre os [meus] amigos mais chegados.
Assim sendo, espero que não cheguem dias em que, as pessoas a quem confiam[/o] as melhores e as piores situações do vosso [/meu] quotidiano, se tornem, elas mesmas, na pior das situações.


A todos vocês,

.....um [sentido] grito de saudade.



[e, sim, eu sou uma besta; custa-me saber demonstrá-lo tão bem, ainda assim...]
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quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Honoré de Balzac

O homem morre pela primeira vez quando perde o entusiasmo.
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Placebo


Meds


Follow the Cops back Home


Song to say Goodbye


Infra-Red

Apeteceu-me.
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Reflexo (8)

Parte 7
Half-Gifts


Morres e não deixas saudade.
Ainda te tens, afinal; agora podes ter pena de ti mesmo.
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terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Trouble


Não se trata de Coldplay, trata-se de Smiths.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Anne Lambert

Vivemos com os nossos defeitos como com os cheiros: não os sentimos, eles só incomodam os outros.
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Reflexo (7)

Parte 6
Anna Molly

Já as palavras sábias de um grande amigo falavam das grandes farsas da humanidade; nunca o quis ouvir com atenção, sentia que não falhava ao criar juízos de valores sobre as pessoas - os quais as tornavam sempre nas melhores pessoas do Mundo - e sinto que não falho, apenas não consigo prever todos os desvios negativos na personalidade de cada uma delas. Esses desvios não têm de ser negativos, penso, são naturais e naturalmente inevitáveis e, quando aceites, propiciarão um convívio saudável entre as partes.

Anna Molly's not a special girl anymore. She came and took everything I had [left] inside our house but, before leaving, she left me a note: keep the air to yourself 'cause I don't need it anymore. Her egoism kept me dreaming nightmares for weeks but now that I'm over it another one came by. This one is special though, she's not like the last one: She says that she's gonna cut my legs into pieces before cutting my throat into two symmetric pieces of something (she mentioned what it would look like but I don't remember; you must understand, I was pretty stoned that night).
Love is the most common word among us - even though it's used in a strange kind of way - and we keep saying it to each other all the time: I love you/Love you too (interlude). Have you even wondered how polymorphous perversity works? It can be so cynical and taste so good at the same time...


evil.
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