segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Zapping

Reconduz-se ao facto de nem sequer me dar ao trabalho de mudar o canal. Dos quatro canais que consigo e posso ver, ainda que com baixa qualidade de imagem e som, escolho a SIC e delicio-me com a presença do Herman e as com as suas piadas de baixo nível. Nada tem qualidade. Nada do que posso alcançar é suficientemente bom, agradável ou apetecível, à excepção do fruto proibido. Mute. Sound on. Mute. Sound on. And so on. Farto-me. Subo as escadas e sento-me frente ao monitor apagado. Mexo o rato e tento esquecer as conversas sobre o Ponto G enquanto foco a paisagem desfocada do meu Desktop. Farto-me de novo; encho-me de tédio enquanto espero que chova. Mas o Senhor não me concede esse último desejo. Desço as escadas que subi há menos de dois minutos atrás.

"Estou à luz das velas. Bebo álcool para esquecer aqueles que amo. Fazes-me falta. Tu e todos os restantes. Ainda não descobrimos a electricidade, pois não? Mas liguei o sistema de som. You know what else? I'm not ready to be heartbroken."

Non-sense.

Abro os olhos. Fecho os olhos. Abro os olhos. Fecho os olhos. Abro os olhos. Abro os olhos. Abro os olhos, cara***! Abro os olhos e cerro-os novamente. Mudo o canal, desta vez inconscientemente porque sempre que pestenejo se abre um novo capítulo no livro que deixei fechado em cima da mesa. E o cenário está, sem dúvida alguma, cada vez mais negro, cada vez mais vazio, cada vez mais distante. But I'm O.K. I'm pretty sure I'm O.K.


Jaime

Sem comentários: