sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Correlação e causalidade

Há tempos atrás, eu e o Bruno almoçávamos alegremente num dos restaurantes daquela controversa cadeia de junk food, quando me atrevi a mostrar o meu desagrado por algumas das cadeiras inúteis do meu curso, como Estatística ou Métodos de Investigação (que fariam sentido num curso de psicologia social, mas não num curso de psicologia clínica).
Nisto, refiro-me à noção de correlação e causalidade, nos seguintes termos:

"Uma relação entre duas variáveis não implica que exista uma relação causal entre elas. A variável independente A, quando manipulada para influenciar a variável dependente B, pode influenciá-la ou não. Se não surtir efeito sobre ela, não existirá uma relação de causalidade, o que demonstra que nem tudo na vida se rege por uma relação de causa-efeito."

Para o Bruno, o Mundo move-se segundo uma lógica de causalidade. "A provoca B que provoca C que provoca D (...)".

O debate prosseguiu, bastante aceso, sem que tivéssemos conseguido chegar a uma conclusão. Cada qual manteve a sua opinião, o que gerou um impasse. Ao recordar, mais tarde, a situação, concluí que talvez necessitássemos de definir antecipadamente quais os termos a utilizar e o seu significado, i.e. se eu disser que a causa A pode não ser a causa de B, significará que ainda que não influenciando B, A continua a ser uma causa - e isto pode gerar algumas confusões de vocabulário.

Já explicitei ambas as posições e, como seria de esperar, continuo a defender a minha. Uma vez devidamente introduzido, deixo-vos o tema para debate; agora, quero saber o que têm a dizer.

5 comentários:

Anónimo disse...

eu axo k isso e mto relativo.
pk n sabemos ate k ponto a variavel A e a variavel B sao ou nao influenciaveis por isso n podemos determinar qual e a causa e qual n e.
se uma delas for influenciavel ai ja pode haver uma k causa quaquer coisa sobre a outra.

Saravai Einstein disse...

ORA AÍ ESTÁ...alguém que diz que é relativo...e é!!!
Não é uma coisa líquida, de preto e branco.Não ha nada como nos "reduzirmos" perante aquilo que não podemos explicar de forma tão exacta.

Depende

É relativo...

oH Jaime, ja reparaste que pra mim o relativo se tornou em absoluto? lolol :P

Anónimo disse...

da maneira como expoes a coisa nao das grande margem de manobra para as pessoas perceberem qualquer ponto de vista, é tudo muito geral.

mas anyway, todas as acçoes têm as suas consequencias.

Isto ate apoia aquilo que te dizia sobre a liberdade total, é uma pessoa que nao se pode aplicar a relaçao de efeito-causa.

Jaime de Almeida disse...

Bruno, a questao e precisamente essa: nem todas as acçoes têm consequências; a não ser que consideres a ausência de consequências uma consequência.

repara: a correlação entre duas variaveis varia entre valores como 0 e 1 (ou 0 e -1, uma vez que pode ser positiva ou negativa). se a correlação for de 1 ou -1, é perfeita. neste caso, é possível afirmar que A causa B. e se a correlação entre ambas for apenas Forte - ou seja, >0.5 -, poderás afirmar que A causa B ou que B é causa de uma outra variável (C)? isso demonstraria que a manipulaçao de A não teria qualquer efeito sobre B? e no caso de correlação 0 - A não tem qualquer efeito ou apenas não influencia B?

Sara e Chico, nem tudo é relativo ;) alias, isto é deveras objectivo e os valores podem produzir resultados absolutos, mas ainda nao demonstrei como resolver a questao. continuemos o debate.

K. disse...

bem me parecia que te tinha visto na fac..