sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Again

And it is all about you. Because you make me dream and still you offer me terrible nightmares.


E é assim. Assim que tudo acaba ou que tudo começa. Não tenho problemas, ou em bom inglês, I haven't got any issues. Mas ainda há qualquer coisinha de mim que me leva a pensar em ti. Não. Não faz sentido, e já me foi dito que as coisas que realmente importam nunca fazem sentido. Porque talvez importe mesmo. OK. Não fazem sentido, mas fazem sentir, e dão-me um sentido. A mim e ti. Ou a ela. Ou a ela. Por isso apressa-te e reage, reage tal como eu reagi, porque se não o fizeres, fa-lo-á ela. Ou ela. E não tu. E não é ela que eu quero. Nem ela. És tu.

Sei que as paixões vão e vêm como as ondas do mar. Sim. O amor é mais como um tsunami. Devastadoramente purificante.
Por isso não é amor. Eu sinto-me impuro. Porco. Nojento. Isto para não ter de utilizar vocabulário que eu mesmo censuro. E eu sei que tu não gostas e que nunca o utilizarias. Já ela também não gosta. Ela usa-o com frequência e sou eu que não gosto então. Por isso é que preciso de ti. Para me fazeres voltar, e fazeres entender que isso não é preciso. Que só preciso de ti.

Mas sinto-me feliz e em baixo. Isto pode parecer contraditório para ti, que és uma pessoa simples, simples assim como eu gosto. Porque eu também sou, apesar de não parecer. Porque me anulo um pouco em função de tudo o resto. Demasiado bom talvez, ou mau, por me faltar caracter. Ou não. O meu caracter é este mesmo, o facto de facilmente mutavel. Não. Falta-me a palavra certa. E julgo que nunca a vou encontrar porque só me vem o teu nome à cabeça. Pior que isto, eu sei que não é amor, porque não pode ser, e não faria sentido nenhum que assim fosse. E tu não vais ler isto de qualquer das formas... Já ela, ela vai ler. Mas ela não.

De que me serve falar dela se só penso em ti? E dela, como eu nunca pensei poder referi-la tantas vezes.

E não é amor. Ou é? Diz-me tu, já que andas a brincar em segredo... A brincar também se aprende. Eu é que não quero aprender. Porque muito disso já eu vivi.

Quero arrancar um sorriso dessa tua cara bonita. Não! Não! Não faças isso... o problema é sorrires demais. Porque eu não quero apenas o sorriso. Eu também sei sorrir. Também sei voltar as costas. Também sei fingir que não vejo. E que aliás, foi uma coisa que aprendi contigo, a esconder um pouco de mim, quando nunca tive medo de o fazer. Porque sei que tu o fazes. E não sei porquê, porque quando tudo parece tão bem, há alguma coisa que me faz bater com a cabeça contra uma parede. E quando abro os olhos, a parede já não lá está, e em vez dela tenho o céu. Vermelho-sangue. Cinzento-antracite. Azul-celeste. Amarelo-canário. Verde-água. Branco-puro.

E eu inspiro e parece-me frio. Porque não estás aqui, mas parece que ainda te vejo a tremer a meu lado. Ainda mais que eu, porque estava de facto muito frio, e eu não sabia que mais fazer. Porque o que estava frio não era o ar. Era eu. Por dentro, ainda. Mas quando te vi... Transformei-me numa pedra. Uma pedra, ainda capaz de sentir, mas não capaz de tocar. E ainda assim, com o teu toque... Estavas fria. Mais fria que eu, mas a culpa foi tua. E depois minha, e eu não me quero lembrar disso porque nessa altura até podia ter sido diferente.

(escrito há cerca de dois anos)

1 comentário:

Marta da Cunha e Castro disse...

Duas palavras: muito bonito