quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

Volta para junto de mim

És preciso aqui. Porque me ouvias sempre que precisava, e me aconselhavas mesmo quando não queria ouvir-te os conselhos.
Mas fugiste.
Porque fugiste? Estou há quatro dias sem te saber o paradeiro, e apenas me conforta a batida do meu coração, que me indica que tudo está bem. Ouve: ainda bate, devagar.
Custa-me a respirar, porém. E já não consigo falar. Perdi a voz; a minha voz de fadista deu lugar à afonia dos meus sonhos irrequietos e ruidosos. A cama range enquanto esperneio em busca do teu ombro amigo.

Mas, de súbito, o meu corpo suado acorda para a realidade do teu ser presente. E ali estás tu. Mais uma vez, os teus olhos penetram-me com todo o seu ardor, e fazem com que o coração teime em saltar-me do peito. E ali permaneço, à tua espera, inerte. E tu nada fazes.




Foges-me de novo.
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2 comentários:

Anónimo disse...

Considerei-me welcome to your world sem ser convidada. Surpreendeu-me, há mundos que valem a pena ser conhecidos. um dia a voz de fadista regressará.

Jaime de Almeida disse...

Gostei da tua intromissão. Quero que saibas que não precisas de convite para entrar. Não batas à porta, entra pelos fundos, como se estivesses em casa. Quero que te sintas bem aqui, e também que exprimas a tua opinião sempre que tal julges necessário.

:) Gosto de ti, por isso finge que estás em tua casa.

Welcome to my [little] world.

Um beijo,

Jaime